
Ainda na esteira da celebração do
Dia Mundial da Poesia, a Soletras, de forma breve, conversou com
o poeta/escritor Mia Couto, o “Prémio Camões 2013”, e arrancou-lhe as
repostas que se seguem, intercaladas pelas questões que conduziram a sumária
conversa.
Soletras: O que entende por Poesia?
Mia: Há quem pense que é um género
literário. É mais do que isso. É mais do que escrever em verso. É pensar o mundo
e os homens a partir do coração, a partir de uma lógica que tem mais a ver com
a música e com a busca da harmonia do que com a razão.
Soletras:
Como é que se faz um poeta?
Mia: Faz-se por desobediências
consecutivas. É preciso saber não ser quem os outros esperam que sejamos. É
preciso procurar aquilo que nos faz ser únicos e, por isso, termos uma voz
única e criativa. Fazer poesia não é resultado de uma técnica. É preciso soltar
uma voz interior que é uma espécie de eco de vozes antigas.
Soletras:
Quais são as metas a serem alcançadas pelo poeta/poema?
Mia: Não existem metas. O poema é um
caminho onde não há caminhos. Mas o poeta é um ser de um lugar e de um tempo.
Ele não pode estar distraído em relação ao sofrimento do seu povo. (Redacção)
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