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| Rogério Manjate |
O escritor moçambicano,
Rogério Manjate, disse, em entrevista cedida à revista brasileira “Palavrarte”,
que, ao se avaliar o estágio da literatura moçambicana nos dias de hoje,
deve-se evitar a generalização, pois ela ainda continua a ser “controlada” por
poucos escritores. “Falar da literatura moçambicana actualmente, é perigosa a
generalização; os bons autores continuam bons, e continuam a produzir, muitos
deles esporadicamente” – referiu.
O escritor, que venceu o “Prémio
Literário TDM 2001” com o livro Amor
Silvestre, explicou, na mesma entrevista, que a literatura apesar de ter
como chave o trabalho individual, o colectivo é determinante, sobretudo na
formação de novos leitores. O contrário, segundo Manjate, tem implicações
graves: “por isso edições são de 1000 exemplares, mal distribuídos, reeditados
5 anos depois”.
Um outro aspecto destacado por
Manjate na entrevista que temos estado a citar, que provavelmente esteja a
emperrar a literatura em Moçambique, sobretudo no apoio a projectos literários,
é o facto de os empresários não terem queda pela literatura. A fonte argumentou
que “a classe política é cada vez mais inculta e eles é que são os burgueses.”
Num outro desenvolvimento,
Rogério Manjate denunciou que as pessoas, sobretudo os jovens, não se entregam
a iniciativas culturais que não envolvam dinheiro pelo facto de lhes “queimar”
o tempo de graça. “Trabalho praticamente sozinho nisto [no ‘Maderazinco’], as pessoas agora não
têm tempo para este tipo de coisas, por isso é difícil formar equipa, no dia
que envolver dinheiro virão aos magotes para apoiar.” (Redacção)

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