terça-feira, 9 de dezembro de 2014

“Falar da literatura moçambicana actualmente, é perigosa a generalização” – Rogério Manjate



Rogério Manjate
O escritor moçambicano, Rogério Manjate, disse, em entrevista cedida à revista brasileira “Palavrarte”, que, ao se avaliar o estágio da literatura moçambicana nos dias de hoje, deve-se evitar a generalização, pois ela ainda continua a ser “controlada” por poucos escritores. “Falar da literatura moçambicana actualmente, é perigosa a generalização; os bons autores continuam bons, e continuam a produzir, muitos deles esporadicamente” – referiu.
O escritor, que venceu o “Prémio Literário TDM 2001” com o livro Amor Silvestre, explicou, na mesma entrevista, que a literatura apesar de ter como chave o trabalho individual, o colectivo é determinante, sobretudo na formação de novos leitores. O contrário, segundo Manjate, tem implicações graves: “por isso edições são de 1000 exemplares, mal distribuídos, reeditados 5 anos depois”.
Um outro aspecto destacado por Manjate na entrevista que temos estado a citar, que provavelmente esteja a emperrar a literatura em Moçambique, sobretudo no apoio a projectos literários, é o facto de os empresários não terem queda pela literatura. A fonte argumentou que “a classe política é cada vez mais inculta e eles é que são os burgueses.”
Num outro desenvolvimento, Rogério Manjate denunciou que as pessoas, sobretudo os jovens, não se entregam a iniciativas culturais que não envolvam dinheiro pelo facto de lhes “queimar” o tempo de graça. “Trabalho praticamente sozinho nisto [no ‘Maderazinco’], as pessoas agora não têm tempo para este tipo de coisas, por isso é difícil formar equipa, no dia que envolver dinheiro virão aos magotes para apoiar.” (Redacção)

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