![]() |
| Silva Dunduro ladeado da Coordenadora do CCP- Beira |
O académico Silva Dunduro defende que é preciso
reduzir-se as diferenças e aproximar as semelhanças para um convívio salutar
num espaço multicultural como a cidade da Beira, pois as culturas no mundo
globalizado devem casar-se sem barreiras.
O professor universitário, investigador
sóciocultural e artista plástico fez esse pronunciamento no dia 10 de Abril de
2014, no Centro Cultural Português – Pólo da Beira, numa palestrapor si
orientada e subordinada ao tema “a criação de etnoespaços na cidade da Beira”.
De acordo com Dunduro, a Beira é resultado de
hibridismos culturais graças à convivência de cada vez um número crescente de diferentes
grupos étnicos, oriundos de várias partes da província de Sofala e do país.
Quando os grupos étnicos diversos chegavam à
cidade da Beira, fixavam-se numa dada zona residencial de forma homogénea, o
que facilitava a rápida e eficiente integração dos outros que vinham
posteriormente, falantes da mesma língua, nas referidas áreas, criando núcleos
culturais fortes e coesos. Surgem, deste modo, na cidade da Beira, etnoespaços
homogéneos.Depois, com o tempo e com a chegada de populações de culturas
diferentes, a homogeneidade cultural é substituída por heterogeneidade (mistura
de culturas) e os núcleos culturais começam a perder a sua força, segundo
acrescentou o orador.
Na ocasião, o investigador sóciocultural
sublinhou que, em decorrência deste facto, era óbvia a perda de valores
culturais por conta de hibridismos e da violência simbólica praticada pelo
então regime colonial, através da política de aculturação capitalista em que o
indígena devia abandonar a sua cultura para assimilar a ocidental e se
identificar com ela.
Assim, as novas gerações começam a desligar-se
dos hábitos e crenças culturais dos seus predecessores e passam a casar-se com
pessoas de etnias diferentes, nascendo, por sua vez, etnoespaços híbridos, em
que convivem saudavelmente pessoas de raças e culturas diversas – aspecto que
caracteriza a cidade da Beira de hoje. (Cremildo da Cruz)

Sem comentários:
Enviar um comentário