sábado, 6 de dezembro de 2014

“É preciso reduzir-se as diferenças e aproximar as semelhanças para um convívio salutar num espaço multicultural” – Defende Silva Dunduro

Silva Dunduro ladeado da Coordenadora do CCP- Beira
O académico Silva Dunduro defende que é preciso reduzir-se as diferenças e aproximar as semelhanças para um convívio salutar num espaço multicultural como a cidade da Beira, pois as culturas no mundo globalizado devem casar-se sem barreiras.
O professor universitário, investigador sóciocultural e artista plástico fez esse pronunciamento no dia 10 de Abril de 2014, no Centro Cultural Português – Pólo da Beira, numa palestrapor si orientada e subordinada ao tema “a criação de etnoespaços na cidade da Beira”.

De acordo com Dunduro, a Beira é resultado de hibridismos culturais graças à convivência de cada vez um número crescente de diferentes grupos étnicos, oriundos de várias partes da província de Sofala e do país.

Quando os grupos étnicos diversos chegavam à cidade da Beira, fixavam-se numa dada zona residencial de forma homogénea, o que facilitava a rápida e eficiente integração dos outros que vinham posteriormente, falantes da mesma língua, nas referidas áreas, criando núcleos culturais fortes e coesos. Surgem, deste modo, na cidade da Beira, etnoespaços homogéneos.Depois, com o tempo e com a chegada de populações de culturas diferentes, a homogeneidade cultural é substituída por heterogeneidade (mistura de culturas) e os núcleos culturais começam a perder a sua força, segundo acrescentou o orador.

Na ocasião, o investigador sóciocultural sublinhou que, em decorrência deste facto, era óbvia a perda de valores culturais por conta de hibridismos e da violência simbólica praticada pelo então regime colonial, através da política de aculturação capitalista em que o indígena devia abandonar a sua cultura para assimilar a ocidental e se identificar com ela.

Assim, as novas gerações começam a desligar-se dos hábitos e crenças culturais dos seus predecessores e passam a casar-se com pessoas de etnias diferentes, nascendo, por sua vez, etnoespaços híbridos, em que convivem saudavelmente pessoas de raças e culturas diversas – aspecto que caracteriza a cidade da Beira de hoje. (Cremildo da Cruz)

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