quarta-feira, 1 de abril de 2015

Menino fantasia

Celestina Marques

O Joãozinho era um menino muito sonhador. E O seu maior sonho era o de alcançar o arco-íris.
Ninguém dava importância ao sonho do Joãozinho, porque todos sabiam que seria impossível.
Mas o Joãozinho não tinha outra hipótese. Vivia na serra, com o seu avô, e por lá havia quase sempre arco-íris. Então o Joãozinho só queria mostrar a todos os que lhe chamavam menino fantasia que ele seria capaz.
Mas o Joãozinho não sabia por onde começar.
Então pensou, pensou, pensou, e chegou a esta conclusão: vou pedir ajuda aos meus amigos, para construir uma escada gigante.
E foi então a casa do Miguel, e pediu ao amigo que o ajudasse a construir uma escada gigante,  para ele conseguir chegar ao arco-íris. O Miguel riu-se tanto, que o Joãozinho ficou sem graça.
Mas graças à amizade que eles dois tinham, o Miguel acabou por aceitar, e ofereceu-se para trazer martelos e pregos. O Joãozinho, todo satisfeito, agradeceu, e lá se foi a casa do Dedé. Falou com ele, explicou-lhe o plano, pediu-lhe ajuda, e o Dedé não hesitou, logo se prontificou a ajudá-lo, arranjando bambus.
No dia seguinte, no local combinado, apareceu o Miguel com os martelos e pregos, e o Dedé com alguns bambus. O Joãozinho, que não podia faltar, apareceu também com alguns bambus.
Todos os três estavam animadíssimos, e começaram a cortar bambus e a pregá-los.
Por muitas horas, os meninos foram fazendo tudo. Até que se aperceberam de que haviam construído uma escada verdadeiramente gigantesca. Mas aí estava o problema: a escada era gigante, e eles não sabiam por onde começar a subir.
O menino fantasia ficou muito triste, por ver uma escada gigante, no chão, e um lindo arco-íris, no céu. E o menino só chorava, porque nada podia fazer. Apercebeu-se de que lhe seria impossível ao arco-íris chegar, e de que nunca lhe poderia pegar.
Então, apareceu o seu avô, e disse para eles:

- Meus filhos, não se preocupem em querer chegar ou pegar no arco-íris. Porque as melhores fantasias são aquelas que temos na mente, e não nas mãos.
Então o menino fantasia e os seus amigos compreenderam que o melhor presente era o de ver, sempre que pudessem, um lindo arco-íris, lá no céu.

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