Lino Mukurruza,
tão mole quanto ele é, não precisou
de bater tantas vezes na pedra dura, para que a furasse. Bastou a internet,
para lhe transportarem as Almas em
Tácitas para Portugal, onde encontrariam a ousadia de um editor, para
publicar este livro de poesia.
É caso para dizer
que Lino é verdadeiro combatente da literatura moçambicana. E ele parece querer
dar provas aos que não lhe dão espaço. Aliás, foi Lino que alertou, em
entrevista à Soletras, para o cepticismo,
a que a sua geração literária estava
votada. “Nós, os da nova vaga literária, somos motivo de muita incerteza”,
desabafou Lino, nessa altura.
Elogios à parte, Almas em Tácitas, o segundo livro de
poesia de Lino, foi publicado pela editora portuguesa, Lua de Marfim, numa tiragem inicial de 1000 exemplares, sem nenhum
custo para o escritor.
Nesta obra,
segundo o poeta português Breve Leonardo, o prefaciador do livro,“pressente-se a solidez desses “tempos
dentro do tempo”, de que se compõe a soma dos muitos infinitos da palavra, uma
tensão que tanto desconcerta quanto harmoniza o “eu”, diante da matéria do
poema, sem que haja a urgência duma ruptura de formas ou ritmo no seu todo”.
Já para o
posfaciador da obra, o poeta brasileiro Silas Correa Leite, a poesia de Lino
“tira o véu, mostra o arremate, o arrepio do ‘versentir’, perfila palavras como
se cascudos alvos cavados pela mão-do-olhar, e entre trilhas, sopra a sua
electricidade criativa latente.”
Refira-se que para além de Almas
em Tácitas, Lino publicou Vontades de partir & outros
desejos e colabora com
várias revistas, nacionais e internacionais, com destaque para a “SOLETRAS”.
Ainda, o autor participou de algumas antologias poéticas,
nomeadamente “CLEPSYDRA”, “À FLOR DA ALMA”, “Vozes do Hiterland”, “PREMONIÇÕES”;
“LOGOS”, para além de ter ficado em segundo lugar, no 2º Concurso de Literatura
da Academia de Letras, Artes Ciências de Brasil (ALACIB, 2015). (Redacção)

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