Com o objectivo de celebrar a universalidade da
literatura, tem lugar, entre os dias 23 e 25 de Outubro, na cidade da Matola,
província de Maputo, o Festival Literatas, promovido pelo Movimento Literário
Kuphaluxa, uma agremiação de jovens escritores fundadores da revista literária
electrónica denominada Literatas.
O evento, a decorrer sob o lema “Memória: um museu
contemporâneo”, colocará, no mesmo palco, diversas entidades, entre escritores,
músicos, leitores e admiradores de todo o tipo de arte. Trata-se, no concreto,
de um conjunto de actividades, com destaque para debates com escritores, música
ao vivo, gastronomia e feira de livros.
Em entrevista exclusiva à Soletras, o secretário-geral do Kuphaluxa,
Eduardo Quive, deu a conhecer que o seu movimento pretende, na verdade, mudar
os paradigmas de contacto entre o leitor e o livro e conquistar novos e
diferentes públicos, através de uma série de actividades lúdicas, tendo a
literatura como o centro de tudo.
Mais adiante, Quive explicou que o festival
enquadra-se num dos principais pilares do movimento, que é o “apoio, promoção e
incentivo à leitura”, daí a promoção do evento que visa levar as pessoas a
gostarem da leitura. “O que é um livro, quem está por detrás dele e o que faz o
livro é a primeira coisa que as pessoas devem saber. Antes, é preciso explicar
às pessoas o que é livro; e a literatura não se faz apenas pelo livro, pode ser
por meio de dança, gastronomia ou música” – enfatizou a nossa fonte, para quem
uma sociedade inteira é literatura e pode ser lida.
Notadamente convencido com a ideia, o activista literário
acredita que a massificação da literatura é possível se as pessoas forem
encorajadas e estiverem envolvidas em qualquer tipo de arte que pratiquem e
apreciem, mesmo as que acham que o livro é para os outros, desde que se
promovam eventos do género dentro e fora das zonas urbanas, procurando atingir
um público cada vez maior e que normalmente não tem acesso a uma feira de livro
ou livraria.
Respondendo a uma pergunta da Soletras sobre como as actividade programadas
se relacionam com a literatura, podendo, de alguma forma, influenciar os
participantes a gostarem desta arte, Quive esclareceu que todas as actividades
ligadas à encenação, ao canto e à dança são primariamente escritas e só depois
representadas, cantadas e coreografadas, respectivamente, pelo que entende
haver toda a possibilidade de o festival ser de grande impacto para o público
não leitor, tornando-o, assim, no amante da literatura.
No evento de três dias, o Movimento Literário Kuphaluxa
conta com a participação do Conselho Municipal da Matola e da Associação
Cultural Kutlanga – seus principais parceiros. (Cremildo da Cruz)

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